Startup Experience ABQV 2022 vai aproximar ecossistema de inovação ao hub em conhecimento de qualidade de vida
23 de setembro de 2022Inovações podem potencializar os resultados dos programas de promoção de saúde e bem-estar
23 de setembro de 2022Martha Oliveira e Gaia Claumann vão debater o tema no 20º CBQV, destacando que o mundo híbrido deve ser inclusivo e acessível a quem está envelhecendo
A população brasileira está envelhecendo. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho, mostraram que, em 2021, o Brasil passou a ter 10,2% de sua população formada por idosos com 65 anos ou mais de idade. De acordo com o levantamento, a população brasileira foi estimada em 212,5 milhões de pessoas. Destas, 21,6 milhões tinham 65 anos ou mais de idade.
O tema é importante e não poderia ficar de fora do 20º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida (CBQV), que a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) vai realizar nos dias 4 e 5 de outubro, em formato híbrido, no Instituo de Ensino e Pesquisa Sírio-Libanês, em São Paulo.
A médica Martha Oliveira, CEO e founder da Laços Saúde e estudiosa do envelhecimento populacional, que é uma das palestrantes da mesa-redonda “O Desafio de Envelhecer no Mundo Híbrido”, que será realizada na manhã do segundo dia do 20º CBQV, explica que muito se fala que o idoso é incompatível com as tecnologias, quando, na verdade, é o oposto.
“Não usar as soluções tecnológicas no mundo que temos é ruim, pois temos tantos recursos onde a inovação pode ajudar na assistência, compondo, estando junto e não substituindo os profissionais de saúde no cuidado. Com o híbrido temos uma oportunidade enorme de melhorar e diminuir o preconceito, para introduzir esse tema na nossa sociedade”, afirma Martha.
A médica antecipa que no Congresso da ABQV vai apresentar sua experiência com o tema e debater: Os idosos gostam de tecnologia? O quanto o mundo digital pode apoiar no cuidado tradicional assistencial presencial? E apresentar resultados sobre essas questões.
“Estamos atrasados em comparação a outros países quando o assunto são novas tecnologias no cuidado das pessoas idosas. E um dos motivos é o etarismo, que é esse preconceito contra o idoso, imaginar que ele não tem capacidade ou não quer usar a tecnologia”, explica a médica.
Ela comenta que fora do Brasil os idosos vivem:
- Em casas monitoradas, mas moram sozinhos;
- Pacientes com Alzheimer, com perda de memória importante, que conseguem ter autonomia.
“Isso é muito legal, porque a tecnologia também ajuda na autonomia das pessoas, no monitoramento a distância, na prevenção das doenças, no diagnóstico precoce, enfim, promover a saúde e não cuidar da doença, isso é crucial para que a gente consiga a sustentabilidade do setor”, ressalta Martha.
Adaptações
Para Gaia Salvador Claumann, bacharel em Educação Física e técnica na Coordenação-Geral de Promoção da Atividade Física, do Departamento de Promoção da Saúde, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde (MS), que também participará da mesa-redonda sobre o envelhecimento, o mundo híbrido deve procurar ser inclusivo e acessível às pessoas que estão envelhecendo, para poderem continuar sendo funcionais e contribuindo com o desenvolvimento da sociedade.
“Considerando este cenário, as empresas e as organizações também enfrentam e enfrentarão muitos desafios, os quais estão relacionados não somente à inclusão de trabalhadores com idades mais avançadas, mas, também, à adaptação das novas formas de trabalho com o uso das tecnologias, considerando ainda o ambiente doméstico como possível local de trabalho e as implicações dessa realidade para a saúde”, pondera Gaia.
No 20º CBQV, a técnica do MS adiantou que pretende abordar:
- A inter-relação entre a importância da prática de atividade física durante todos e em cada ciclo de vida, como parte essencial do processo de envelhecimento saudável e com qualidade de vida;
- O trabalho no mundo híbrido; e
- Algumas ações do Ministério da Saúde que visam contribuir para a promoção da saúde e a prevenção de doenças, considerando este cenário, como a publicação e a implementação do Guia de Atividade Física para a População Brasileira, entre outras.
“A prática de atividade física, junto à alimentação adequada e saudável, está entre os principais fatores do estilo de vida relacionados à promoção da saúde, da qualidade de vida, à prevenção de agravos e de doenças, além de contribuir para o tratamento e para a reabilitação de diversas condições de saúde de toda a população. Ela também é muito importante no processo de envelhecimento no mundo híbrido e deve fazer parte da rotina dos trabalhadores não para compensar os efeitos dos comportamentos sedentários, mas para reduzir os riscos à saúde e melhorar a qualidade de vida”, destaca Gaia.
Venha debater esses temas tão importante no 20º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida (CBQV).