Inovações podem potencializar os resultados dos programas de promoção de saúde e bem-estar

Thiago Pavin, conferencista do 20º CBQV, aponta que métricas e dados tornam as intervenções em qualidade de vida mais eficientes

Os programas de qualidade vida, quando implantados a partir de uma perspectiva estratégica para a alta liderança da organização, têm um importante efeito:

Na atração e retenção de talentos;

No clima organizacional; e

No controle de custos com saúde.

“Empresas que investem em qualidade de vida geralmente conseguem melhores resultados nos negócios, pois geram uma cultura positiva que envolve positivamente os colaboradores, fazendo com que possam sustentar uma performance maior ao longo do tempo, com menos faltas, menos doenças e mais entusiasmo”, afirma Thiago Pavin, psicólogo com mestrado em Ciências da Saúde, especialista em pesquisas quantitativas na área da saúde, que fará a conferência “O papel das inovações tecnológicas na busca do bem-estar”, no segundo dia do 20º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida (CBQV), promovido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) , nos dias 4 e 5, em formato híbrido, no Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio-Libanês.

O especialista explica que as inovações estão (mais crescentes e acessíveis à sociedade em geral), e isso traz ótimas oportunidades e desafios de como extrair o melhor delas, visando bem-estar das pessoas dentro e fora do trabalho.

Com o avanço da tecnologia digital, surgiram novos métodos e métricas para coletar dados sobre a saúde e o hábito das pessoas, com diversos tipos de sensores, devices e aplicativos. Com eles é possível personalizar cada vez mais a orientação de lazer, saúde, e autocuidados para os indivíduos, de modo que as intervenções em qualidade de vida sejam assertivas e eficientes.

Se bem usadas, Pavin diz que as inovações podem potencializar os resultados de adesão e aderência aos programas de promoção de saúde e bem-estar.

“Por exemplo, é possível calibrar uma sugestão de atividade física onde a pessoa mora a partir da flutuação de humor e do sono. O importante aqui é a pessoa aprender a se perceber, notar suas emoções negativas, cansaço etc., e dar uma resposta saudável a partir dessa autopercepção, ao invés de se render ao sedentarismo. A tecnologia permite esse tipo gatilho. No entanto, esses avanços também trazem um efeito colateral: o excesso de dados e de informação. Pretendo abordar um pouco desse tema na palestra”, comenta o psicólogo.

Potencial

Ele salienta que as novas tecnologias, sobretudo as digitais, têm um potencial enorme para criar um ambiente mais saudável. Mas, para tanto, é fundamental ter um espaço para discutir como promover mais dignidade e saúde no trabalho e nas comunidades.

“A qualidade de vida, enquanto conceito, é o máximo expoente dessa busca, mais do que a própria saúde. É um conceito utópico que nos guia, é onde devemos mirar. Nesse sentido, penso que a América Latina ainda tem muito para evoluir, pois há muita desigualdade nas condições ofertadas aos trabalhadores e suas famílias”, justifica Pavin.  

Apesar deste cenário, ele revela haver mais aderência e boa vontade entre as lideranças em promover qualidade de vida. Para o especialista, faltam bons projetos e capacidade de execução.

“Penso que o 20º CBQV é o ambiente ideal para buscarmos inspiração, pois há muito conteúdo sobre o que funciona, com base em evidências científicas e experiências empíricas de gestores. Por ser um profissional que estuda essa temática da perspectiva da ciência de dados e da economia da saúde, creio que posso contribuir com os colegas trazendo um pouco sobre as novas tecnologias e, ao mesmo tempo, uma visão crítica. É o que espero humildemente fazer”, finaliza Pavin.

Acesse https://abqv.org.br/congresso/, conheça a programação completa do 20º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida e faça sua inscrição. Não perca esta oportunidade de adquirir conhecimento!