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A qualidade do sono tem importância fundamental na saúde e no bem-estar, e vai além da necessidade de descanso físico e mental de adultos e crianças. Está relacionado a diversos processos metabólicos que são importantes para a nossa saúde, pois:
- Fortalece o sistema imunológico;
- Libera a secreção de hormônios — como o de crescimento e insulina;
- Consolida a memória;
- Além relaxar e descansar a musculatura.
A mestre e doutora em Ciências Hanna Karen Moreira Antunes, docente do Departamento de Biociências e do curso de Educação Física, da Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista, destacou no webinar “Efeitos da Privação de Sono na Qualidade de Vida”, promovido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) em 23 de março, que mais importante que dormir muitas horas, é a qualidade do seu sono, que é a suspensão prontamente reversível da interação sensório-motora com o ambiente, geralmente associada à decúbito e imobilidade.
“Ao longo da vida, a média de horas para um completo relaxamento muda e à medida que se envelhece tanto a quantidade quanto a qualidade são perdidas. A média do brasileiro é de 7h15 de sono, lembrando que a necessidade do tempo de repouso é individual, com influência da genética e dos hábitos adquiridos”, apontou Hanna.
Para saber se a noite de sono foi boa, a especialista esclareceu que o principal indicador é a sensação reparadora que se tem ao despertar.
O fundamental é que se tenha durante a noite de 4 a 5 ciclos completos passando pelo sono não REM (do inglês, rapid eye movements, ou movimentos oculares rápidos), que é composto por três estágios em grau crescente de relaxamento muscular, profundidade do nível de dormência e de maior limiar para despertar —fase 1 ou estado de sonolência, fase 2 superficial e fase 3 profundo— e o REM.
“A soma dos estágios é que vai fazer com que tenhamos a percepção reparadora física e mental”, esclareceu Hanna.
Os prejuízos do déficit de sono estão relacionados com processos importantes de adoecimento, como:
- Hipertensão arterial e diabetes;
- Doenças cardiovasculares;
- Aumento da obesidade;
- Mau funcionamento do sistema imunológico;
- Baixo raciocínio;
- Depressão e problemas mentais;
- Dificuldade em adquirir conhecimentos;
- Alteração do humor e irritabilidade.
E o que podemos fazer para melhorar o sono?
Exercício físico, segundo Hanna, é um tratamento não farmacológico eficiente para os distúrbios do sono, o que resulta em pessoas mais ativas e com mais qualidade de vida.
Hábitos saudáveis
Mas para ter um sono de qualidade, explicou psicóloga do Sono Ksdy Sousa, mestre e doutora em Medicina e Biologia do sono pelo departamento de Psicobiologia da Unifesp, que também participou do webinar da ABQV, é preciso ter hábitos saudáveis antes de dormir e pequenas mudanças no estilo de vida podem colaborar para uma boa noite de sono.
Para que se tenha uma noite tranquila é recomendado que se faça a higiene do sono, que é adotar alguns hábitos antes de se deitar para dormir, como
- Boa alimentação;
- Rotina de exercícios;
- Exclusão de aparelhos eletrônicos e alimentos que contenham substâncias energéticas, como a cafeína, antes do horário de dormir.
Ao realizar esse tipo de procedimento, cria-se um padrão saudável, onde o cérebro entende qual é a hora de relaxar. Mudando o comportamento é possível eliminar hábitos que prejudicam o sono de chegar com naturalidade.
Mas quem tem algum distúrbio do sono o ideal é procurar orientação médica para identificar e ajudar resolver o problema. O índice de acidentes de trabalho e de trânsito causado por sonolência ou cansaço variam de 2% a 41%, com alto custo em termos financeiros e da própria vida.
Por isso, de acordo com Ksdy, as organizações devem oferecer aos colaboradores:
- Programas de saúde, incluindo a saúde do sono;
- Respeitar o relógio biológico dos funcionários, sempre que possível;
- Oferecer espaços de convivência e de descanso; Programas de gerenciamento de fadiga e suporte à saúde mental.
Assista a íntegra do webinar “Efeitos da Privação de Sono na Qualidade de Vida” no canal da ABQV no YouTube.