
2º lugar Sessão de Pôsteres do 23º CBQV – RETORNO SOBRE INVESTIMENTO DO PROGRAMA DE EMAGRECIMENTO CLÍNICO DA FUNDAÇÃO COPEL
23 de outubro de 2025USP/FIA – Autores: Ana Cristina Limongi-França, Edson Miranda Martins, Thiago Gruber, Paulo Mendes, Bárbara Freitag, Ana Carlota France, Manuel Athanazio
INTRODUÇÃO
Qualidade é o atributo de excelência das atividades, produtos, serviços e insumos das mais diversas origens e perspectivas. A Qualidade quando relacionada ao trabalho coletivo ou individual refere-se a resultados ótimos, seguros, padronizados, que satisfazem os desejos, expectativas e necessidades com segurança, saúde e sustentabilidade.
A sobrecarga do trabalho não traz qualidade nem pessoal, nem organizacional, pois trata-se de acúmulo de entregas, processos sob pressão, metas incompatíveis com tempo, cargos, competências e contratos. Este é um fenômeno que gera adoecimento e problemas de natureza pessoal, produtiva, da comunidade e da sociedade como um todo.
O fenômeno da sobrecarga virtual apresentou imenso impacto durante e após a Pandemia Covid-19 em decorrência dos fatores psicossociais sanitários. Milhões de decisões simultâneas em todo mundo foram tomadas com ênfase na emergência e sustentadas por confiança, realinhamento do contrato psicológico de trabalho, engajamento, dedicação, parcerias e performances de relacionamento.
A sobrecarga virtual do trabalho pode levar a vários tipos de transtorno mental, entre eles o Burnout. Os transtornos mentais são situações individuais de alteração no comportamento social e afetivo decorrente de fatores emocionais, neurológicos, físicos, familiares, sociais, econômicos, ambientais e das características do trabalho em si.
Observa-se que há grande capacidade inovadora de natureza tecnológica, lideranças, comunicação e busca da sobrevivência de pessoas, negócios e vida.
OBJETIVOS
- Demonstrar a importância dos impactos negativos para Qualidade de Vida relacionada ao trabalho em atividade remota, síncrona e ao vivo.
- Apresentar parte dos resultados das percepções de trabalhadores docentes e gestores durante a Pandemia Covid-19.
- Descrever fatores que impactam positivamente e negativamente a Qualidade de Vida das Pessoas que realizam atividades virtuais.
- Relatar dados qualitativos sobre a importância da atividade realizada para a Qualidade de Vida de Terceiros e da Sociedade.
- Fortalecer a visibilidade das dimensões biológicas, psicológicas, sociais e organizacionais no estudo de fatores psicossociais, tanto os riscos, como as ações.
- Relacionar os achados da pesquisa à Agenda do Clima, com ênfase nos ODS 1: Pobreza, 4: Educação e 8: Trabalho.
Fonte: https://h12sse.blogspot.com/2015/01/empregados-lutam-com-o-excesso-de.html
MÉTODO, PROTOCOLO E ACHADOS
Foi utilizado o protocolo “Trabalho Virtual e suas consequências para sobrecarga” (www.nucleogqvt.com.br). Apresenta-se aqui recortes da pesquisa, que já foi submetida a fóruns internacionais sobre educação, saúde ocupacional e gestão de pessoas. Obteve-se aproximadamente 800 respostas válidas entre maio e dezembro de 2020. Mais da metade dos respondentes trabalhava em instituições públicas (50,2%).
Achados da pesquisa realizada de forma remota, com formulário Google Forms:
- 66,5% perceberam mais horas de atividades no modo virtual do que presencial.
- 63,5% dedicaram muito mais horas ao trabalho e às obrigações domésticas.
- 71,6% relataram maior carga cognitiva (dados e informações) e afetiva (emoções e sentimentos).
- 75,3% perceberam excesso de trabalho.
- 60% deram notas entre 7 e 9 sobre satisfação profissional, com 25,8% pontuando 8.
- 75% dos docentes atribuíram notas entre 8 e 10 sobre a importância do trabalho para sua qualidade de vida pessoal e familiar, com 27,8% dando nota 9.
- 92,7% utilizaram equipamentos próprios para trabalhar.
- 50,4% sentiram-se amparados pela instituição de ensino superior (IES).
Estes achados e dezenas de pesquisas semelhantes inspiraram diretrizes para ações, programas e medidas de proteção, reparação e educação diante da sobrecarga do trabalho virtual.
FATORES PROTETIVOS – Adaptado de Frank Pot – Arbeid University
DISCUSSÃO
I – Fatores de Qualidade de Vida Protetivos para Riscos Psicossociais:
- A busca da qualidade de vida como indicador de saúde mental no trabalho.
- Autoestima e heteroestima como pré-requisito.
- Segurança psicológica: nada é só psicológico.
- Bem-estar, respeito e dignidade no trabalho como competência profissional.
- Alimentação, carga de trabalho e estilo de vida no trabalho incluídos.
II – Políticas e Valores:
- Avaliar continuamente atividades que geram bem-estar ou causam mal-estar.
- Usar o tempo livre sem trabalhar.
- Reduzir até eliminar a sobrecarga do trabalho virtual.
- Repor energia com descanso, como sono, relaxamento e ausência real.
- Observar os sinais do corpo: mal-estar contínuo, dores, somatizações, mau humor.
- Diagnosticar possíveis TAG: Transtorno de Ansiedade Generalizada.
- Atuar com presença de realização e companheirismo.
ROTAS PARA GESTÃO DE FATORES PROTETIVOS
I – Fundamentar a saúde como completo bem-estar psicológico, biológico e social, e não apenas ausência de doença.
II – Observar que o comportamento humano não acontece ao acaso, sendo direcionado por necessidades e interesses pessoais, coletivos e situacionais.
III – Durante o trabalho, há necessidades pessoais a serem atendidas e integradas ao contrato psicológico de trabalho.
IV – Cultura organizacional e subculturas interferem diretamente nos fatores psicossociais.
V – Hierarquia, processos e alçadas da organização trazem fatores de pressão e competitividade.
VI – Saúde mental e liderança ativa requerem compreensão da cultura organizacional e sincronia com o ambiente econômico e o potencial criativo das pessoas.
CONCLUSÕES
Os desafios atuais e futuros da Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho, incluindo demandas de saúde mental das organizações e pessoas, enfrentam com grande potência os novos desafios da sociedade global. O tema sobrecarga do trabalho virtual será alinhado à ênfase no método, ferramentas, inovação e alta tecnologia a serviço das pessoas.
É necessário compreender e preparar o uso da combinação da linguagem codificada, tecnológica e universal com os processadores de Inteligência Artificial para textos, audiovisuais e outras aplicações.
Estilos de liderança autênticos, humanizados e humildes são indispensáveis para validar os princípios da Qualidade e Excelência, consolidando a gestão para melhores condições de vida no trabalho remoto ao vivo, síncrono e em equipes virtuais, com redução da sobrecarga e prática da produtividade saudável, feliz, sustentável e inspiradora, integradas à Agenda do Clima e aos ODS 1: Pobreza, ODS 4: Educação e ODS 8: Trabalho.





