XIX Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida vai para 2021
21 de setembro de 2020Webinar especial – Reflexões sobre a qualidade de vida hoje, comparada aos ciclos biológicos naturais
17 de dezembro de 2020Manual de orientação sobre a doença será apresentado no evento on-line, promovido pela ABQV, em seu canal no YouTube
A Coalizão de Saúde e Osteoporose, grupo formado por gestores das áreas de saúde pública e privada e representantes de sociedades médicas e de pacientes, liderado pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), promove, no dia 9 de dezembro, o seminário on-line “Os desafios da jornada do paciente com osteoporose no Brasil”.
O evento gratuito será transmitido pelo canal no YouTube da ABQV, a partir das 18h, e vai debater os impactos da doença na qualidade de vida das pessoas, principalmente na saúde da população idosa. “O enfrentamento à osteoporose exige cuidado ao longo de toda a jornada do paciente e envolve determinantes sociais, políticas públicas e atenção em saúde. A integração de diferentes organizações permite a sinergia para a construção de uma agenda comum que melhore os resultados em saúde para esses pacientes”, destaca o presidente da ABQV, Eloir Edilson Simm.
A osteoporose é uma doença que afeta 200 milhões de pessoas no mundo, 10 milhões só no Brasil, de acordo com a Federação Internacional de Osteoporose (IOF, na sigla em inglês). Segundo dados do estudo The burden of osteoporosis in four Latin American countries: Brazil, Mexico, Colombia, and Argentina, publicado em 2019 na revista científica Journal of Medical Economics, o custo anual de hospitalização por fraturas de quadril causadas pela doença é de R$ 19,8 bilhões. Este valor é maior que o custo de infarto (R$ 16,7 bilhões), acidente vascular cerebral – AVC (R$ 11,7 bi) e câncer de mama (R$ 1,9 bi).
O gasto por ano com a enfermidade no país chega a R$ 1,2 bilhão. Mais da metade (61%) deste montante, o equivalente a R$ 733,5 milhões, está associado à perda de produtividade. As despesas com hospitalização representam R$ 234 milhões, os custos cirúrgicos, R$ 162,6 milhões, e com medicação, R$ 31,9 milhões. Os valores dedicados ao diagnóstico alcançam R$ 45,2 milhões.
“Pela sua importância, a osteoporose precisa estar inserida em todo o nosso sistema de saúde, a partir da atenção básica. É preciso ferramentas simples como a identificação precoce da doença e iniciar o tratamento de quem precisa, pois a enfermidade está presente na sociedade e deve aumentar sua incidência devido ao envelhecimento da população”, alerta Simm.
Por isso a importância de debater o tema e discutir ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da osteoporose, como irá ocorrer no seminário on-line da Coalizão de Saúde e Osteoporose.
O evento digital contará com a participação do consultor técnico da Coordenação Geral do Idoso do Ministério da Saúde, Wendel Pimentel; do representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Marcos Franco; do deputado federal Denis Bezerra (PSB-CE), membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados; e da diretora de Comunicação da organização não governamental Crônicos do Dia a Dia (CDD), Bruna Rocha.
Na oportunidade, também será apresentado o manual brasileiro de osteoporose “Orientações práticas para os profissionais de saúde”, que está sendo organizado por Adriana Pedro, médica ginecologista e professora livre-docente da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Perola Plapler, diretora da Divisão de Medicina Física do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP); e Vera Szejnfeld reumatologista e professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A publicação é um guia colaborativo e educativo para auxiliar médicos, profissionais de saúde e gestores dos setores público e privado na tomada de decisões sobre a doença.
“A osteoporose é uma doença pouco diagnosticada. Nosso objetivo é chamar a atenção para a necessidade de prevenção, tratamento e intervenção na doença, que apesar de muito frequente, é pouco lembrada e tratada. Queremos que mesmo os não especialistas saibam o que fazer quando atenderem um paciente com fratura”, explica Pérola.
Ela lembra que a enfermidade leva à fragilidade óssea e a um risco maior de fraturas, além de ser muito incapacitante. “O diagnóstico preciso e a eficácia do tratamento são fundamentais para a redução no índice de pessoas incapacitadas pela osteoporose e só assim conseguiremos ajudá-las a ter melhor qualidade de vida.”
Para participar do seminário on-line “Os desafios da jornada do paciente com osteoporose no Brasil “, inscreva-se no link: https://glucklive.com/live.html?id=474.
Doença silenciosa
A osteoporose é uma doença silenciosa, frequente e grave, que a avança lentamente. Não há dor nem sintomas. Os ossos tornam-se porosos, frágeis, e podem partir-se como gravetos. O pesadelo assombra principalmente as mulheres que já passaram pela menopausa. Uma em cada quatro vai ter a doença e sofrer fraturas em decorrência dela. Em relação aos homens, um entre sete terá a enfermidade, que é mais incidente nos acima de 60 anos.
A cada três segundos uma fratura por osteoporose acontece em algum lugar do mundo. Para cada mil brasileiros com mais de 50 anos, oito irão apresentar fratura por causa dessa doença.
Até 2030, a população brasileira entre 50 anos e 89 anos será de 69,7 milhões. O número de fratura em 2015 alcançou 373 mil. A estimativa é chegar a 608 mil fraturas em 2030, um aumento de 63%, se nada for feito.
As fraturas mais comuns (50%) são as vertebrais e, em segundo lugar (25%), as de quadril. Porém, a última é mais perigosa: cerca de 25% das pessoas morrem após um ano, 40% das pessoas ficam incapazes de andar de forma independente e 33% acabam totalmente dependentes ou em uma clínica de repouso.