Contrastes marcam cenário atual de promoção à saúde e bem-estar
15 de setembro de 2023ABQV Startup Experience se consolida como ecossistema de inovação
18 de setembro de 2023André Lopes, da Votorantim, acredita que processos mais simples são a principal tendência da promoção da saúde no trabalho
“Um programa de sucesso deve engajar o público-alvo, prevenir de fato as doenças, fazer diagnósticos em tempo hábil para ocorrer o direcionamento ao tratamento mais adequado, aumentar a percepção de saúde dos participantes, gerar indicadores das diferentes etapas do programa para ser auditável e passível de melhorias, além de possuir um custo que faça sentido e seja sustentável a longo prazo.”
A afirmação é do coordenador de Saúde Bem-estar da Votorantim, André Lopes, palestrante do 21º Congresso Brasileiro Qualidade de Vida (CBQV), que a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), promove nos dias 19 e 20 de setembro, no Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio-Libanês, em São Paulo.
Etapas consideradas como processos bastante complexos, mas que se simplificadas podem ser relacionadas como as principais inovações dos próximos anos em programas de sucesso de promoção da saúde e do bem-estar nos locais de trabalho. Ainda de acordo com Lopes, provavelmente os profissionais que atuam na área de saúde dentro de empresas serão cobrados por ações nesse sentido para os próximos anos.
Por isso, é necessário debater e estar atento a “O Estado da Arte da Qualidade de Vida no Trabalho: Tendências, Cultura e Sustentabilidade”, tema do 21º CBQV.
“São temas atuais aos quais devemos estar atentos. Uma vez que esse assunto é aprofundado e passa a ser de conhecimento dos profissionais, cria-se a oportunidade de tratar o tema proativamente”, acredita o coordenador.
Benefícios e desafios
Para os trabalhadores, a simples dedicação de um tempo para uma reflexão sobre como anda a saúde e sobre o que posso fazer para melhorar, já é um bom primeiro passo. As pessoas não estão sensibilizadas para mudar todos os hábitos do dia para a noite. Cada ponto ajustado dentro da realidade e das limitações de cada indivíduo será importante para que os benefícios sejam percebidos. Nesse caso, está se falando de uma melhor qualidade de sono, um maior controle do estresse e mais disposição para o dia a dia.
Já para as empresas, é necessário ter a preocupação com a saúde como parte de sua cultura para perceber os benefícios de maior engajamento das equipes, da produtividade, retenção de talentos ou redução dos custos com assistência médica. Entretanto, Lopes indica que, por vezes, o motivo inicial do olhar da liderança para a saúde dos empregados está relacionado aos custos com o plano de saúde.
“Cabe a nós, profissionais da área da saúde, transformar esse olhar breve e superficial em iniciativas de longo prazo com ações de cuidado genuíno com a saúde das pessoas”, o executivo, que aponta que se tem percebido uma crescente preocupação de grandes empresas com a saúde e bem-estar de seus empregados ao redor do mundo. São ações dos que possuem maior visibilidade, porém as pequenas e médias empresas, que são a grande maioria, acabam não tratando dos assuntos relacionados à saúde de maneira suficiente.
Modelos de trabalho
Passada a pandemia de Covid-19, diversas empresas adotaram novos modelos de trabalho que variam desde o home office, passando por formatos híbrido e flexível, até a tentativa de semana com menos dias de trabalho. Porém, ainda há desafios que precisam ser superados para que promoção do bem-estar seja uma realidade nas empresas.
Especificamente sobre as pessoas que se enquadram no modelo híbrido de trabalho Lopes cita duas grandes preocupações; a primeira delas é a parte ergonômica e, a segunda, é a adoção de hábitos saudáveis em meio a essa rotina irregular.
Quanto ao primeiro desafio, o coordenador lembra que a ergonomia deve ser garantida pela empresa dentro dos escritórios e fora deles. E é importante que o indivíduo tenha uma preocupação sobre como esse trabalho está sendo realizado nos momentos de trabalho remoto em casa, por exemplo.
“Pode parecer óbvio, mas na minha experiência, vejo as pessoas munidas de informação. Porém, na prática trabalhando, sentados no sofá, encurvados em mesas de centro ou apoiados em balcões”, pondera.
“Entendo que a empresa deve dar incentivos e comunicar exaustivamente para que as pessoas saiam da pré-contemplação sobre o assunto e passem a trabalhar, de fato, num ambiente bem iluminado com a altura adequada do monitor e sentados com uma postura correta.”
Quanto ao segundo desafio, Lopes sugere ao indivíduo se colocar como protagonista de sua saúde. E para isso a dica é dedicar um tempo para planejar como será sua alimentação, quais serão os dias e os horários que irá conseguir fazer atividade física, quando irá fazer seus exames preventivos, quando será sua próxima visita seu médico, e assim por diante.
Estratégias de gestão
André Lopes irá participar no 21º CBQV da mesa-redonda “Estratégias Inovadoras para a Gestão Integrada de Saúde nas Empresas”, cuja relevância está relacionada ao grande número de dados que as empresas têm gerado.
“Vejo que isso provoca questionamentos nas lideranças de saúde, no sentido de: Estamos usando da melhor forma as informações que possuímos? As conclusões e os caminhos que estou considerando estão corretos? Posso confiar nesses números? Essas perguntas vamos tentar responder no evento.”