ABQV Startup Experience se consolida como ecossistema de inovação
18 de setembro de 2023Como o mundo pensa e aplica o bem-estar organizacional
18 de setembro de 2023Chao Lung Wen acredita que promoção da saúde em segundo plano tem aumentado indicadores de doenças ocupacionais
“A promoção da saúde e do bem-estar do funcionário tem sido negligenciada há tempos. Vista como algo secundário e isso está gerando um conjunto de doenças do trabalho e de situações muito complexas, inclusive aumentando os indicadores de enfermidades” afirma o médico Chao Lung Wen, chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms).
De acordo com o docente, que será conferencista no o 21º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida (CBQV), que a Associação Brasileira de Qualidade Vida de Vida (ABQV) promove nos dias 19 e 20 de setembro, no Instituo de Ensino e Pesquisa Sírio-Libanês, é imprescindível uma estratégia universalizada e profissionalizada de promoção da saúde e do bem-estar dos ambientes de trabalho, pois, assim, se reduz:
- sinistros;
- despesas com doenças e sua reabilitação;
- o absenteísmo ao trabalho; além de ser uma estratégia que ajuda a gerar valor agregado, diminui rotatividade de profissionais, aumenta a produtividade da equipe e promove a humanização e a fidelização dos trabalhadores nas empresas.
Novos modelos pós-pandemia
“O home office adotado é improvisado. Não se discutiu a ergonomia, iluminação, qual tipo de monitor e intensidade de luz usar, ou mesmo as pausas do trabalhador”, afirma Wen.
O sistema de bem-estar e promoção da saúde deve avaliar quesitos, como se o profissional periodicamente se levanta para que a circulação de sangue ocorra de maneira correta a fim de, inclusive, evitar varizes. Além de questões relacionadas à postura, para evitar dores articulares nos ombros e cotovelos, por exemplo, ou mesmo Lesões por Esforço Repetitivo (LER).
Há ainda questões que podem ser agravadas pelo sedentarismo e o isolamento que joga luz sobre a saúde emocional dos indivíduos. Já no caso das empresas que estão adotando a volta parcial ou total aos seus escritórios, também é necessário cuidado, pois ambientes ruins e insalubres, seja em cargas, cobranças de metas ou processos, causam estresse, que é outro lado das organizações.
O professor indica ainda que a promoção da saúde e bem-estar dos profissionais deveria estar atrelada a um benefício a ser gerenciado pelo departamento de Recursos Humanos das empresas.
“Mas o debate sobre a qualidade de vida dos trabalhadores deveria ter sido feito há muito tempo”, sentencia Wen. “A revolução industrial nos mostrou que ninguém se preocupava com limites insalubres, daí foram detectando as doenças decorrentes desses locais”.
Mesmo que boa parte das indústrias disponha atualmente de menos ambientes insalubres, existem outros desafios, como o consumo durante o horário de almoço de alimentos fast-food ou ultraprocessados, que geram um conjunto de doenças. Neste caso específico, Wen indica que seria importante uma orientação nutricional para que as pessoas possam desenvolver novos hábitos e paladares, pensando no cuidado integral da saúde do trabalhador.
Telessaúde
Durante o 21º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, Wen vai abordar a telessaúde, que considera a melhor forma de oferecer esse cuidado ou a coordenação do cuidado integral
“Sou defensor que as empresas tenham estação de telesaúde como forma de ofertar acesso à saúde”, apontando que, hoje, há diferentes soluções para esse monitoramento, inclusive os wearables, como smartwatches, que geram diversos tipos de informações.