Programas de qualidade de vida devem fazer parte da cultura empresarial
12 de maio de 2021Grupo Coalizão Saúde e Osteoporose lança manual de orientações práticas em seminário no 19º CBQV
14 de maio de 2021Em conferência no 19º CBQV, Gil Giardelli vai debater a inovação na era digital e nas relações de trabalho
O mundo do trabalho jamais será o mesmo. A pandemia de Covid-19 provocou uma rápida migração do ambiente de trabalho clássico para o digital. Milhares de empresas no mundo tiveram de adaptar processos internos, interação com clientes e modelo de gestão de suas equipes para garantir a continuação das atividades.
Para o estudioso de inovação e economia digital, professor de MBA, escritor e professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Gil Giardelli, mesmo após a pandemia muitas dessas mudanças deverão se manter, marcando uma nova era nas relações profissionais.
“Agora, estamos falando de um mundo pós-normal. São tempos que vêm com muito caos, mudanças e que o futuro do trabalho e das relações precisará de criatividade, conectividade e será fundamental o compartilhamento de boas práticas”, afirma Giaderlli, que fará a conferência “Inovação no mundo volátil – incerto” no encerramento do 19º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, promovido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), entre os dias 17 e 20 de maio.
Considerado o principal evento sobre qualidade de vida (QV) da América Latina e o único no país a abordar a temática de modo amplo e inclusivo, o 19º CBQV será virtual e vai discutir o momento vivido, compartilhar conhecimento e promover ações que visem o bem-estar dos trabalhadores em um mundo VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade). Os objetivos do Congresso são compartilhar o conhecimento por meio de uma programação científica composta por temas do momento, trazidos por experts nacionais e internacionais; proporcionar uma rede de relacionamento na comunidade da QV; e promover a troca de experiências com os profissionais atuantes na área.
Giardelli acredita que cada vez mais a qualidade de vida no trabalho deixa de ser um diferencial para ser uma exigência de mercado, que as recorrentes mudanças na estrutura do trabalho e a necessidade de ser mais inovador e competitivo têm obrigado às corporações a pensarem novas maneiras de reduzir custos e manter os profissionais motivados e comprometidos.
“Os caminhos têm sido diversos, enquanto ainda existem empresas apostando nas compensações financeiras, outras vão além, investindo para que o ambiente de trabalho se torne um lugar agradável, descontraído, proporcionando o bem-estar de colaboradores e clientes, com o intuito de obter boas condições de criatividade, produtividade, competitividade, satisfação e, consequentemente, lucratividade”, explica o especialista.
Para ele, é necessária uma abordagem que considere os valores, as crenças e as concepções por parte dos protagonistas organizacionais, para que os programas de QV no trabalho sejam efetivos e de fato possam contribuir para a melhora das condições de vida das pessoas.
“Os profissionais e os pesquisadores da área de QV também exercem um importante papel na reflexão sobre as condições de trabalho, principalmente, na construção das propostas de intervenção em uma sociedade que está em evolução”, destaca Giaderlli.
E quando o assunto é a mudança no comportamento social envolvendo a tecnologia, o estudioso sobre inovação ressalta que a chamada Sociedade 5.0, que coloca o ser humano como foco, trazendo inovações e transformações tecnológicas para o seu bem-estar, além de priorizar políticas que amenizem os impactos ambientais, já é uma realidade. Mas, segundo Giardelli, é preciso eficiência operacional e inovação para capacitar os profissionais para que consigam trabalhar neste novo cenário.
“A base de uma consciência capaz de atuar no meio digital está na agilidade, alta capacidade de adaptação, flexibilidade e descentralização das atividades, o que exige talento, inteligência e habilidade de inovação. Passar para este modelo de trabalho reduzirá os custos das empresas pela metade, além de gerar a longo prazo uma eficiência três vezes maior”, garante o professor.
Desafios do acesso
Mas os desafios são muitos para este cenário na visão de Giardelli. Para ele, a bifurcação que se vive hoje no mundo em que a tecnologia já permite que pessoas vivam 200 anos com qualidade de vida, mas que não chega a toda a população é uma grande barreira para a evolução da sociedade.
“Infelizmente, pessoas ainda morrem de malária, por falta de saneamento básico. O grande desafio hoje não é mais a tecnologia e sim nós a democratizarmos para que todas as pessoas tenham acesso a ela. O mundo será de todos ou não será de absolutamente ninguém. Há estudos da alta academia que provam que o nosso planeta é um ser vivo e nós, humanos, somos apenas uma parte dessa história. Para a gente estar bem e ter qualidade de vida temos de estar bem com o nosso meio ambiente e o nosso planeta”, afirma.
Para tanto, ele cita uma nova fronteira a ser explorada que é a green inovation (inovação verde), que consiste em usar a tecnologia para se ter boa relação harmônica entre natureza, meio ambiente, trabalho e seres humanos.
“Os países mais felizes, que têm um alto índice de qualidade de vida são os que possuem em suas cidades essa relação harmônica entre a tecnologia, os seres humanos e o meio ambiente. Então a green inovation é o grande desafio dessa nova era”, assegura Giardelli.
Para este novo modelo corporativo, baseado no compromisso com questões ambientais, sociais e de governança — e não apenas na busca pelos lucros –, surge o conceito ESG (Environmental, Social and Governance), que significa o conjunto de práticas implementadas pelas empresas para contribuir para a construção de um mundo melhor, com crescimento sustentável, o que indica um futuro mais promissor.
“Cada vez mais, os investidores estão priorizando as organizações que contribuem com o futuro do planeta e da humanidade, pois somente os negócios responsáveis terão espaço para crescer na nova realidade mundial. Por isso, ficou tão urgente e necessário um evento como o 19º CBQV da ABQV”, destaca Gil Giardelli.
A programação completa está disponível no site do 19º CBQV. As inscrições para o evento virtual podem ser feitas acessando o link: https://abqv.org.br/congresso/inscricoes. Associados à ABQV têm desconto especial. Para os cursos, as inscrições devem feitas separadamente no endereço https://abqv.org.br/congresso/cursos. Participe!
Democratizar a tecnologia é o desafio do futuro no mundo pós-normal