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O formato de trabalho nas empresas foi totalmente transformado nos últimos anos, devido à pandemia de Covid 19. De lá para cá, muitas instituições tiveram que experimentar o home office ou o sistema híbrido pela primeira vez.
Passada a crise sanitária, várias organizações resolveram flexibilizar os modelos de trabalho para suas equipes. Inclusive, adaptando os eventos para esses novos formatos.
As celebrações são momentos estratégicos e devem ser realizados com o intuito de:
- motivar;
- engajar;
- promover a melhoria dos relacionamentos interpessoais e do clima organizacional, e
- aumentar a produtividade.
Também podem ter o objetivo de descontração e interação, como as confraternizações de fim de ano.
De qualquer forma, uma cultura organizacional saudável é cultivada a longo prazo, o que inclui esses momentos diferenciados. Além disso, as confraternizações são pertinentes, porque têm um efeito imediato no entusiasmo dos funcionários, já que eles se sentem valorizados.
Desafios
Mas a flexibilização do modelo de trabalho também trouxe desafios. Organizações que optaram por manter o trabalho remoto estão enfrentando alguns obstáculos, como a socialização dos trabalhadores.
A assistente social Gracia Elisabeth Fragalá, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), explica que houve impacto importante na forma como as pessoas passaram a se socializar após a pandemia. O distanciamento social prolongado no auge da crise sanitária levou a um aumento do isolamento, e as pessoas adquiriram novos hábitos para atravessar o período.
“O uso de streaming substituindo as idas aos cinemas; cozinhar em casa, na impossibilidade de frequentar restaurantes; reuniões virtuais e home office, entre tantas outras situações que passaram a fazer parte do nosso cotidiano”, explica.
Alguns desses hábitos se mantiveram, dificultando o retorno de outros mais antigos. Embora se observe uma avidez pelo contato pessoal, há também a manutenção de práticas adquiridas no período de isolamento social.
Para as relações de trabalho, segundo a especialista, a socialização se tornou mais desafiadora. As interações informais, como conversas nos corredores, pausas para o café e eventos sociais no escritório, que foram significativamente reduzidos ou eliminados, desempenham um papel crucial na construção de relacionamentos e na formação de uma cultura organizacional coesa.
“A falta de interações face a face dificulta a manutenção de uma identidade organizacional. Colaboradores podem sentir-se menos conectados à missão e valores da empresa, uma vez que as experiências compartilhadas são reduzidas”, diz Gracia.
A colaboração espontânea e a criatividade também podem ser comprometidas, pois as equipes tendem a enfrentar desafios na comunicação efetiva e na geração de ideias sem o ambiente formal do escritório.
Estratégias
Superar as dificuldades decorrentes do isolamento da pandemia para a socialização no ambiente de trabalho requer abordagens estratégicas e adaptativas.
De acordo com a assistente social, as estratégias bem-sucedidas são as que adotam trabalho híbrido, para permitir que os colaboradores tenham a flexibilidade de trabalhar tanto remotamente quanto no escritório. Isso proporciona oportunidades para interações presenciais quando necessário.
“Ao adotar uma abordagem integrada, que combine elementos virtuais e presenciais, as empresas podem mitigar os desafios da socialização no ambiente de trabalho pós-pandemia, criando um ambiente que valoriza a colaboração, a inclusão e o bem-estar dos colaboradores”, afirma.
O quanto as práticas do ESG podem ajudar nessa questão?
Para Gracia, a dimensão social do ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança), se relaciona às práticas sociais nas empresas, destinadas aos públicos interno e externo.
Quando se pensa no público interno, refere-se às práticas voltadas à gestão de riscos e criação de valor, que são um termômetro da cultura organizacional. Nessa dimensão, encontram-se pautas de direitos humanos, inclusão de gênero, igualdade racial, salário digno, ambiente de trabalho seguro e saudável e políticas de bem-estar, por exemplo, amparadas por princípios consolidados internacionalmente, tais como os Princípios Orientadores da ONU sobre Negócios e Direitos Humanos, que existem desde 2011.
“Uma empresa que adota ações de responsabilidade social corporativa nesse conceito, cria ambientes de trabalho mais inclusivos e equipes mais diversas e representativas, promovendo espaços de acolhimento, aceitação e compreensão, contribuindo assim para uma sociabilização mais rica e autêntica”, garante.
Para estimular a socialização, a especialista afirma que manter o espaço de trabalho como um lugar de encontro é fundamental. No trabalho híbrido, é importante haver um momento em que toda a equipe esteja presencialmente, seja para treinamentos, reuniões de celebração de resultados, ou para confraternizações.
“Há empresas que promovem encontros mensais para o planejamento do próximo período e acompanhamento das atividades em desenvolvimento e aproveitam para celebrar aniversariantes do mês, ou os resultados de vendas, ou alguma atividade de saúde e bem-estar, algo que integre e motive o time”, explica.
Gracia conclui dizendo que pensando na confraternização, o ideal seria um evento presencial, mas na impossibilidade, promover a troca de presentes virtual entre os membros da equipe pode ser uma alternativa.
“Enviar brindes ou kits festivos para as casas dos colaboradores antes de eventos planejados também pode ser significativo. Isso adiciona um toque tangível à experiência virtual da confraternização”, afirma.