
Desafios na retenção de talentos? Veja 7 dicas eficazes
12 de março de 2025Nos últimos anos, os cuidados com a saúde mental ganharam mais destaque em todos os âmbitos, principalmente após a pandemia da Covid-19, que provocou um aumento significativo nos casos de ansiedade e de depressão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, atualmente a estimativa é de que uma em cada oito pessoas viva com algum tipo de transtorno mental. E no último Relatório Global de Saúde Mental, publicado em 2022, a entidade destaca o impacto do ambiente profissional nesses quadros.
Por isso, o documento ressalta a importância da adoção de medidas de segurança, com apoio emocional e condições saudáveis de trabalho que contribuam com a saúde geral dos colaboradores dentro das empresas.
No mesmo ano, a OMS ainda publicou a 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), passando a tratar a síndrome de Burnout como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, relacionando-a com problemas de gestão das companhias.
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Como o mercado está encarando a saúde mental?
Diante de tantos dados oficiais, o assunto não é mais uma novidade para as organizações, que já sentem os efeitos dentro dos espaços corporativos.
De acordo com a Pesquisa de Inteligência Emocional & Saúde Mental no Ambiente de Trabalho de 2024, da consultoria Robert Half, mais de 40% dos profissionais enfrentam problemas com saúde mental.
As consequências desses quadros podem ser observadas nos aumentos recentes dos índices de absenteísmo, presenteísmo e até demissões voluntárias, que muitas vezes se relacionam com a cultura organizacional que não é construída de forma conjunta, pressão excessiva e a falta da possibilidade de equilibrar a vida profissional e pessoal.
Como forma de solucionar o problema, o Ministério do Trabalho e Emprego promoveu mudanças nas normas regulamentadoras que complementam a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Em 2024, a NR-1 foi atualizada exigindo a avaliação dos riscos psicossociais associados ao ambiente de trabalho. Além disso, o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) das empresas, documento obrigatório que lista os riscos ocupacionais identificados, deve apresentar iniciativas para gerenciá-los.
Dessa forma, muitas empresas já vêm se preocupando com a criação de Programas de Saúde e Qualidade de Vida, bem como buscam novas estratégias para proporcionar um espaço profissional mais saudável.
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O papel da liderança no apoio emocional
Os líderes são as figuras mais importantes nas empresas, principalmente dentro de suas equipes. Isso porque são pessoas que guiam, inspiram e motivam o engajamento diário e as entregas necessárias.
Um levantamento realizado em 2023 pelo The Workforce Institute da UKG mostrou que os líderes impactam 69% a saúde mental dos colaboradores e são determinantes para a produtividade e até para a retenção e atração de novos talentos.
Então, como proporcionar um apoio emocional efetivo? Confira 5 dicas abaixo:
1. Comunicação aberta e direta
É essencial que o líder mantenha um contato próximo com o time, oferecendo feedbacks, informações essenciais sobre a empresa e as demandas, bem como possa ser acessível e acolhedor para que todos se sintam confortáveis em comunicar até mesmo situações de conflito.
2. Empatia com momentos pessoais
O ambiente de trabalho é feito por pessoas que possuem diferentes questões pessoais. Por isso, um bom líder procura entender cada um de forma individual e respeitar as situações pessoais que fogem do controle, flexibilizando horários e entregas sempre que possível.
3. Equilíbrio e respeito entre o pessoal e profissional
Ninguém é produtivo sob pressão! Então, é papel da liderança combater exigências desnecessárias, respeitar os horários de trabalho e descanso, motivar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, bem como ser um aliado do seu time em momentos de grandes demandas. Assim, é possível promover mais segurança e tranquilidade.
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4. Reconhecimento
Muitas vezes, tudo que as pessoas precisam é saber que estão sendo vistas pelos esforços e dedicação. Por isso, um líder que elogia, bonifica e reconhece seus colaboradores conforme suas conquistas também contribui para um ambiente de trabalho mais engajado, produtivo e saudável.
5. Disseminação dos programas de saúde
De nada adianta a empresa investir em programas de saúde e bem-estar se a informação não estiver chegando aos colaboradores. Faz parte do papel do líder ajudar a conscientizar sua equipe e incentivar a participação em campanhas internas, bem como em outras ações que visam a melhora da saúde física e mental no ambiente de trabalho.
Adotando atitudes simples como essas, a liderança é capaz de garantir um apoio emocional eficiente, mais qualidade de vida e produtividade aos colaboradores e, ainda, auxiliar a organização como um todo, reduzindo custos operacionais, índices de absenteísmo e de demissões.
Aproveite e entenda as Habilidades de um líder: como contribuem para o fortalecimento da saúde mental no trabalho.
Referências:
https://www.cieesc.org.br/site/blog/saude-mental-no-ambiente-de-trabalho-estrategias-para-empresas
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/356119/9789240049338-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y