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1 de maio de 2023Vice-presidente da ABQV alerta para os riscos das doenças crônicas não transmissíveis, especialmente a hipertensão
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) constituem o principal grupo de causa de óbito em todo o mundo, sendo responsáveis por mortes prematuras, perda de qualidade de vida, além de impactos adversos econômicos e sociais. São mais de 38 milhões de mortes por ano, excedendo significativamente os falecimentos por causas externas e por doenças infecciosas. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 72% das mortes resultam de DCNTs, sendo 30% devido às doenças cardiovasculares (DCV), e 16% a neoplasias, comprovando que as DCV são a principal causa de morte no país. Realidade vivenciada também em escala global. .
“Dados do Ministério da Saúde (MS) evidenciam que as DCV foram responsáveis por 30,3% dos óbitos registrados no país em 2019. As mais comuns são o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral (AVC) e a hipertensão arterial. importante ressaltar que as DCNTs reduzem a expectativa de vida, como, também, a expectativa de vida laboral e a qualidade de vida”, fala o médico cardiologista e do Trabalho, vice-presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), Eduardo Bahia Santiago.
Segundo ele, é importante observar que, em função das novas formas de trabalho e das recorrentes reformas previdenciárias, o trabalhador está diante de uma jornada trabalhista muito mais longa, no percurso da vida. Assim, estar com saúde, com riscos e doenças controlados são requisitos para a qualidade de vida e para a vida produtiva.
Evolução da doença
A hipertensão arterial é definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos. É caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial, acima de 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio).
Por se tratar de condição frequentemente assintomática, segundo SBC, a hipertensão costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e vasos. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como:
- dislipidemia;
- obesidade abdominal;
- intolerância à glicose; e
- diabetes.
“Dos casos de hipertensão, 90% têm causa não identificada – a chamada hipertensão essencial. Portanto, não há cura, mas a possibilidade real de controle é um fato. Os riscos para o desenvolvimento da doença são diversos e podem estar relacionados a fatores genéticos, ambientais (inclusive ocupacionais) ou comportamentais. Entre os fatores de risco mais comuns estão: tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, elevado consumo de sal e falta de atividade física”, atesta o vice-presidente da ABQV.
Desafios do controle
Santiago destaca que a pandemia de covid-19 trouxe desafios para o controle da hipertensão arterial, pois as pessoas com a doença têm maior risco de complicações graves e morte pela infecção pelo coronavírus. Além disso, a crise sanitária impactou negativamente o acesso aos serviços de saúde, o uso regular dos medicamentos e a adoção ou manutenção de hábitos saudáveis pelos hipertensos como para as demais DCNTs.
“Observamos, nesse período pós-fase aguda da pandemia, uma retomada importante na busca de diagnóstico e tratamento. É fundamental as pessoas aferirem sua pressão arterial regularmente, procurarem orientação médica se apresentarem valores elevados e seguir as recomendações para o tratamento e a prevenção da hipertensão arterial. Essas medidas podem salvar vidas e reduzir o impacto dessa doença silenciosa na saúde pública”, garante o cardiologista.
O que as empresas podem fazer para ajudar o trabalhador para que ele não se torne um hipertenso?
O vice-presidente da ABQV reforça que é importante prevenir a hipertensão e controlá-la adotando hábitos saudáveis de vida e evitando ou minimizando os fatores de risco ocupacionais. O processo de trabalho deve ser protetor da saúde do trabalhador, identificando riscos específicos, psicossociais, cuidando da ambiência e preservando as relações humanas.
Algumas medidas que podem ajudar a prevenir e controlar a hipertensão arterial no trabalho são:
- Proporcionar um ambiente de trabalho no qual trabalhadores e lideranças conversem sobre os objetivos e metas, as dificuldades e os conflitos no trabalho;
- Disponibilizar apoio psicológico ou social preventivo e quando necessário;
- Estimular e proporcionar atividades físicas regularmente fora do horário de trabalho;
- A alimentação ser equilibrada, evitando o excesso de sal, gordura, açúcar e álcool;
- Ter um ambiente de trabalho livre do tabaco, entre outras.
Para evitar se tornar um hipertenso, é importante também fazer exames médicos periódicos para detecção precoce de alterações permanentes da pressão arterial.
Santiago lembra ainda que mudar hábitos de vida é difícil, mas isso fica mais fácil com a ajuda de uma rede de apoio. Tendo recebido diagnóstico médico de hipertensão arterial, o paciente deve fazer a escolha a seu favor, à sua qualidade de vida. Isto é, realizar suas consultas regularmente e usar seus medicamentos com regularidade e disciplina.
“Escolher viver mais e bem”, finaliza o médico.