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12 de abril de 2023Veja o panorama da qualidade de vida no Brasil e entenda qual o papel das empresas nessa dinâmica levando em conta as necessidades dos colaboradores
Entender a percepção sobre a qualidade de vida no Brasil pode fornecer reflexões interessantes sobre como investimos no cuidado com o próprio estilo de vida. Logo, isso contribui para entendermos como cada ação se reflete na saúde e no bem-estar.
Nesse contexto, cabe mensurar quais fatores mais afetam tal aspecto. Em paralelo, é fundamental reconhecer qual o papel das empresas na progressiva melhoria do bem-estar em todos os estágios da vida.
O conceito de qualidade de vida
De tanto ser usado, o conceito de qualidade de vida acabou virando um lugar-comum. Por isso, é importante dar um passo atrás e entender do que se está se falando quando se discute tal assunto. Assim, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida diz respeito à percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, bem como em relação ao contexto cultural, o sistema de valores em que ele vive e ainda em conexão aos seus objetivos, expectativas e preocupações.
Ou seja, tal noção de qualidade de vida é mais ampla do que qualquer visão que diga respeito apenas à saúde. Para compreendê-lo em sua totalidade, é preciso considerar a qualidade de vida como um reflexo das nossas relações sociais, do nosso bem-estar físico e mental e da capacidade de fazer frente aos desafios da vida diária e de projetar planos e traçar metas para o futuro.
Tudo isso, claro, considera como a qualidade de vida, que está intimamente ligada ao estilo de vida, afeta a longevidade e o bem-estar como um todo. Já é consenso que a soma de alimentação balanceada, a prática regular de atividade física e o cuidado com a saúde mental são pilares essenciais. Porém, nem sempre é fácil seguir tais recomendações, ainda mais quando levamos em conta a correria imposta pela rotina. Seja como for, alcançar uma melhor qualidade de vida é um desejo cada vez maior entre a população.
Um panorama sobre a percepção da qualidade de vida no Brasil
Uma pesquisa promovida pelo Instituto Locomotiva, por exemplo, indicou que 57% da população preferia ter mais qualidade de vida do que uma vida mais longa. Do outro lado, 43% preferiam ter uma existência mais longeva. Ao todo, foram ouvidas 1682 pessoas em todo o Brasil.
Outro levantamento, realizado pelo Instituto Ipsos sob encomenda da Dasa Empresas, traz outros achados relevantes sobre a relação do brasileiro com o próprio bem-estar. De um lado, 2 a cada 3 brasileiros se dizem satisfeitos com sua saúde e sua forma de vida de maneira geral. Por outro, as maiores insatisfações aparecem em relação a sintomas como dificuldade para dormir, disposição para enfrentar as tarefas diárias e a relação entre trabalho e vida pessoal.
Também de acordo com o Instituto Ipsos, 26% dos brasileiros enfrentam problemas relacionados ao sono e 41% alegam aumento na ansiedade. Em parte, isso é reflexo da pandemia da Covid-19. O estudo ouviu 1.014 pessoas, de cinco regiões do país, de ambos os sexos e com média de idade de 38 anos.
Certamente a pandemia afetou os hábitos e impactou de forma direta na qualidade de vida dos brasileiros. Isso pode ser percebido em um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais.
O artigo mostra que cresceu entre os entrevistados o consumo de fast food e alimentos instantâneos, enquanto diminuiu o consumo de produtos in natura, como frutas e vegetais. Além disso, a ingestão de álcool e o uso de tabaco aumentaram. Por fim, outro dado negativo foi o aumento do tempo de contato com telas e a redução da prática de atividade física. Foram ouvidos 1368 voluntários nos cinco primeiros meses da pandemia.
O papel das empresas diante da qualidade de vida
No mesmo levantamento do Instituto Ipsos conduzido em parceria com a Dasa Empresas, os entrevistados foram questionados sobre o papel dos negócios em que eles trabalhavam na promoção da qualidade de vida. Com isso, a maioria reforçou que consideravam importante:
- A preocupação com a saúde emocional dos colaboradores (relevante para 86%);
- A importância entre uma maior separação entre vida pessoal e profissional (85% consideram isso essencial);
- O suporte para orientação sobre questões de saúde (fundamental para 83%).
Ao mesmo tempo, esses foram os itens com maior gap avaliando a relação entre o que os colaboradores consideravam que deveria ser oferecido e o que a empresa efetivamente oferecia. Desse modo, esses indicadores podem servir como um sinal de atenção para os gestores.
Além do fornecimento de benefícios e outros tipos de assistência à saúde, é preciso considerar o reforço na comunicação interna. É possível, por exemplo, investir em mensagens e informações que reforcem a adoção de medidas que contribuam para um maior bem-estar e de prevenção de problemas de saúde, assim como a manutenção de canais de diálogo aberto entre todos os envolvidos no dia a dia do negócio. Com isso, é possível obter feedbacks sobre o que pode ser feito para ampliar a satisfação geral.
Em suma, tudo indica que a percepção em torno da qualidade de vida no Brasil tende cada vez mais a priorizar questões relativas à saúde mental e à assistência à prevenção de problemas de saúde. No mais, a busca pelo equilíbrio em todas as dimensões da vida tende a ser uma constante, o que pode contribuir também com a elevação da sensação de bem-estar.
Veja agora como a saúde mental dos trabalhadores vem assumindo papel importante no mundo corporativo
>REFERÊNCIAS:
WHOQOL – Measuring Quality of Life| The World Health Organization..
https://www.who.int/tools/whoqol
Dasa Empresas | Pesquisa Saúde Pós-Pandemia
https://materiais.dasa.com.br/pesquisa-saude-pos-pandemia
Mais da metade dos brasileiros preferem viver melhor a viver mais, indica estudo
Souza TC, Oliveira LA, Daniel MM, Ferreira LG, Della Lucia CM, Liboredo JC, Anastácio LR. Lifestyle and eating habits before and during COVID-19 quarantine in Brazil. Public Health Nutr. 2022 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8280396/