Webinar – Experiências sobre o que se pode fazer para as organizações e empresas
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Os últimos meses impuseram à sociedade profundas mudanças na rotina, apresentando novos desafios, em razão do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O isolamento social, o fechamento de parte do comércio, a adaptação do trabalho para o ambiente domiciliar tem gerado, por vezes, angústias diante das incertezas inerentes a uma situação como essa.
Diante deste cenário, a prática de atividade física encontra-se parcialmente afetada, já que as pessoas não podem frequentar academias e praças e espaços públicos para estimular a movimentação em muitos locais ainda estão fechados.
Conscientizar a população sobre os benefícios da prática de atividades físicas, assim como lembrar que o sedentarismo pode ser de alto risco, tanto quanto níveis elevados de colesterol e tabagismo, e a importância de cuidar da saúde tem sido um dos papeis do Sesc – Serviço Social do Comércio, contou Maria Luiza Souza Dias, gerente de desenvolvimento físico-esportiva do Departamento Regional do Estado de São Paulo da instituição, durante o webinar “Como o Sesi e o Sesc estão contribuindo para promover a qualidade de vida em tempos de pandemia de Covid-19”, promovido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), em 10 de junho.
Com a ameaça que o novo vírus oferece à saúde das pessoas, manter um comportamento sedentário pode ser ainda pior. Isso porque a prática de atividade física ajuda não apenas o condicionamento físico. Também tem papel importante sobre o sistema imunológico e contribui para a proteção e o combate às doenças crônicas, que podem agravar as consequências do coronavírus.
Cabe um destaque para a obesidade. Essa doença crônica estava mais presente nos óbitos de jovens que nos de idosos, de acordo com o boletim do Ministério da Saúde sobre a disseminação da Covid-19 no Brasil divulgado em abril. Nesse caso, a atividade física pode colaborar de maneira efetiva para a redução do acúmulo de gordura corporal e a melhora da saúde de forma global.
“A prática de exercícios e outras atividades que mexam o corpo ajuda a manter a saúde em dia e vai auxiliar no retorno das atividades diárias quando tudo isso passar. E as vantagens valem para crianças, adultos e idosos. Então, empurre os móveis e aproveite o espaço para se movimentar com as inúmeras ações on-line que o Sesc está promovendo gratuitamente”, convocou Maria Luiza.
As ações presenciais da instituição estão suspensas temporariamente, mas no mundo virtual estão a todo vapor. Maria Luiza contou que está sendo mantido ativo o vínculo do Sesc com seu público por meio de inúmeras iniciativas digitais, que incluem apresentações musicais, sugestões de leituras e reflexões e dicas de como enfrentar o confinamento, com uma alimentação saudável e equilibrada e práticas esportivas. “No portal e nas redes sociais do Sesc estão dicas, aulas, informações e outras formas de manter-se ativo e informado, preservando sua qualidade de vida e bem-estar”, destacou a gerente.
Ela lembra que antes da pandemia já vivíamos uma epidemia de inatividade física e estimular as pessoas à prática de exercícios era um desafio. Com o isolamento social e a vida praticamente dentro de casa, a rotina de horários alterada, as pessoas tendem a ser ainda mais sedentárias, ficando mais tempo sentadas, dormindo e comendo mal. “A nossa intenção é reunir esforços para que a prática das atividades físicas e esportivas se torne um hábito”, afirmou Maria Luiza.
O Sesc vem fazendo publicações diárias em seus canais digitais de diferentes conteúdos como ginástica multifuncional, esporte, práticas corporais, atividades para crianças e para as famílias, dicas de nutrição e aulas ao vivo. “Queremos que as pessoas criem vínculos com o esporte, a atividade física e com os grupos criados para se comunicar. O distanciamento físico agora é importante, mas a interação e conexão com as pessoas nunca estiveram tão ativas. E muitas têm dito que irão manter a prática das atividades quando tudo passar, seja presencialmente ou on-line. É esse vínculo que queremos manter”, explicou a gerente do Sesc.
Sobre como tem sido a adaptação a esta nova realidade para os profissionais que atuam na instituição, ela contou que para eles têm sido uma oportunidade de desenvolverem novas dinâmicas e formas de realizarem seus trabalhos.
Maria Luiza lembrou que o programa Mesa Brasil Sesc São Paulo, que coleta junto a empresas parceiras alimentos, continua ativo durante este período de quarentena, com o objetivo de minimizar os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus entre famílias em situação de vulnerabilidade social. Também estão sendo arrecadados kits de higiene e limpeza e em junho foram distribuídas 55 mil cestas básicas e kits às famílias assistidas pelas instituições cadastradas.
Produtivos e saudáveis
Neste momento de mudanças de rotina, de incertezas e de atenção plena à saúde, o Serviço Social da Indústria (Sesi) acredita que o melhor remédio para combater a pandemia é oferecer à população a sua própria experiência na promoção da qualidade de vida do trabalhador da indústria. “Abrimos várias frentes para levar à sociedade e às empresas informações relevantes e de interesse público. Conteúdos elaborados por uma equipe multidisciplinar de especialistas. Tudo pensado para que as indústrias e seus colaboradores possam sair dessa fase mais capacitados, produtivos e saudáveis”, explicou Antonio Eduardo Muzzi Machado, gerente de Promoção da Saúde do Sesi Departamento Nacional, durante o webinar da ABQV, coordenado pelo diretor de Comunicação da entidade, Alberto José Niituma Ogata.
Para as indústrias paulistas, o Sesi ofertou testes para Covid-19; criou um canal via WhatsApp com orientações de saúde e para apoio psicológico, no tratamento aos funcionários; assessoria de análise de medidas de controle e diagnóstico do novo coronavírus; centro de acolhimento pós-Covid, com foco no atendimento humanizado; dicas para home office; e acesso à plataforma de ensino a distância com materiais gratuitos, com informações sobre a pandemia, dicas para se alimentar bem, ginástica laboral, poesias e leitura.
Com a flexibilização da quarentena, o Sesi preparou um protocolo para as empresas para a retomada das atividades produtivas durante a pandemia. Esse protocolo segue as recomendações e práticas técnico-científicas referendadas pelos órgãos nacionais e internacionais de saúde e são adaptadas de acordo com a realidade de cada empresas e o cenário epidemiológico atual.
Também está orientando quanto às novas rotinas de trabalho com uso de máscara, álcool gel e atenção à saúde mental; adequação do ambiente, desinfeção e limpeza, layout e sinalização, comunicação, treinamento e orientações; estudos epidemiológicos e populacionais para o enfretamento da doenças; e um ciclo de cuidado com as pessoas que inclui realização de testes RT-PCR e rápidos, imunização para gripe, monitoramento de assintomáticos, manejo clínico de casos suspeitos e acompanhamento do retorno ao trabalho dos infectados. “O processo de reabertura precisa ser a partir de um conceito humanizado que tem de levar em consideração as condições físicas, sociais e emocionais dos trabalhadores e de suas famílias. Com segurança, tranquilidade e uma comunicação assertiva”, explicou Machado.
Outra orientação do Sesi é quanto ao uso da telemedicina, com utilização da teleconsulta para monitoramento da saúde dos colaboradores e o encaminhamento adequado ao tratamento.
Nesse contexto, também está inserida a questão da saúde mental, tratada como muito importante pelo Sesi, segundo Machado. “Acreditamos que é fundamental cuidar da parte emocional e psicológica dos trabalhadores que estão em casa, dos que não pararam de trabalhar e dos que vão retornar aos seus postos de trabalho.”
A aposta do Sesi é uma comunicação adequada, inclusive com a realização de webinares, para orientar o profissional quanto aos cuidados com a saúde e higienização para evitar seu contágio e de sua família; informar que é normal se sentir estressado diante de tantas mudanças; não julgar e nem criticar são pontos importantes para o bem-estar do trabalhador e de sua família; e, caso precise, ele pode contar com a empresa. “As companhias precisam estar atentas a isso e nunca menosprezar o cuidado com as pessoas. Vamos juntos superar essa crise”, acredita Machado.