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“É importante que os anos que conquistamos sejam bem vividos. Não são só anos a passar, são anos a viver.”
A afirmação é da gerontóloga Eva Bettine, ao participar do último Encontro Mensal realizado pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), em 1º de novembro, no auditório do Hospital Santa Catarina, que abordou a longevidade, a diversidade etária e a inclusão de idosos no mercado de trabalho.
O encontro foi marcado por debates importantes sobre saúde integrada, qualidade do sono, percepção da velhice, saúde 360°, tecnologia e expectativas sobre a maturidade e a velhice.
De acordo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em julho/2023, a população nacional está apresentando um constante envelhecimento. Em dez anos, o número de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população — dado que revela uma importante mudança na estrutura etária da nação brasileira. Esses dados representam um aumento de cerca de 9 milhões de idosos no país.
Contudo, a especialista explicou que não estamos envelhecendo bem, apesar dos avanços nos grandes centros. A polução periférica e de áreas remotas ainda não estão sendo assistidos, faltando exatamente qualidade de vida.
“Temos grupos de envelhecimento abordando a temática, mas o papel das empresas é fundamental para mudar este cenário. As organizações estão sendo afetadas pelas constantes mudanças sociais, avanços tecnológicos, inovação acelerada e, principalmente, pela dinâmica demográfica do envelhecimento de boa parcela da população. O desafio é a inclusão de profissionais com mais idade nas empresas, bem como sua capacitação para lidar com as novas tecnologias”, afirmou.
Telessaúde integrada
Durante o evento presencial, a telessaúde integrada ao bem-estar também mereceu destaque e foi debatia pelo professor associado e chefe da Disciplina de Telemedicina do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms), Chao Lung Wen.
Ele ressaltou que, nos últimos anos, tem havido um aumento no debate sobre telemedicina, impulsionado pela necessidade de aprimorar o acesso aos cuidados de saúde, bem como pelos benefícios adicionais que ela oferece, como redução de custos e maior eficiência.
Lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença orgânica. Por isso, é defensor da medicina conectada e acredita que é possível alcançar a reorganização do sistema de saúde utilizando os meios digitais para acelerar o processo presencial.
Parceria ABQV e ABTms
Ainda no encontro, foi assinado um acordo de parceria entre a ABQV e a ABTms. O vice-presidente da ABQV, Eduardo Bahia Santiago, explicou que ambas entidades têm o mesmo foco no cuidado da saúde, do bem-estar das pessoas. Por isso, entende que a aproximação entre duas associações agrega esforços e é benéfico a todos.
“A ABTms é uma entidade muito relevante e ao nos unirmos, iremos sensibilizar as pessoas com o compartilhamento do conhecimento para o amadurecimento conceitual sobre a telemedicina em prol da saúde e para que as organizações possam promover cada vez mais uma vida melhor e mais feliz aos seus colaboradores”, disse.
Wen finalizou dizendo que a união das entidades visa à promoção de saúde e a prevenção de doenças da população, a partir da indução do conceito de saúde integrada, com bem-estar e qualidade de vida.
“Isso deve ser amplamente difundido enquanto a tecnologia está avançando, porque isso reduz a ocorrência de sinistros. O que o Brasil está precisando hoje não é apenas aumentar o tratamento das enfermidades. O país necessita é de estratégia e uma grande política que reduzam a ocorrência de doenças e complicações e promova saúde. ABQV e ABTms atuam nesse sentido”, conclui o professor.