A importância da saúde mental no trabalho e 3 dicas para promovê-la de forma acolhedora
8 de fevereiro de 2023Colaboradores precisam se sentir acolhidos para que um ambiente de trabalho seja seguro e saudável
8 de março de 2023Transtornos mentais e moléstias infecciosas estão entre algumas das principais causas de afastamento do trabalho por doença
Em um contexto ainda marcado pela pandemia, as empresas precisam se preocupar ainda mais com a saúde ocupacional dos seus colaboradores. Isso passa por entender as demandas dessa nova realidade e reforçar os cuidados com as principais causas de afastamento do trabalho por doença.
Com isso, ter um panorama da realidade é fundamental para orientar novas abordagens e aplicar soluções realmente efetivas. Além dos ganhos de produtividade, tal perspectiva certamente contribuirá para a ampliação da qualidade de vida de todos os envolvidos.
O que os números dizem sobre as principais causas de afastamento do trabalho por doença?
Com o objetivo de apontar direções para a melhoria da saúde ocupacional, a consultoria Mercer Marsh conduziu um levantamento sobre o tema ao longo de 2022. Para isso, foram coletadas informações junto à 146 empresas, de diferentes portes e segmentos de atuação, espalhadas por todo o Brasil. Ao todo, elas somam mais de 400 mil contratados.
A partir dos dados coletados, o levantamento concentrou informações sobre de que forma se dá o fluxo de atestado dentro de cada empresa, sobre as taxas de absenteísmo e sobre como cada negócio faz sua gestão dos afastados.
Em relação às causas de afastamento do trabalho, os segmentos mais representativos foram agrupados de acordo com os CIDs (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). Assim, foi possível listar o que mais levou os colaboradores a se ausentarem do trabalho. Os primeiros lugares do ranking foram ocupados por:
- Doenças osteomusculares (que inclui, por exemplo, artroses, além de problemas musculares e nos tendões)
- Doenças do aparelho respiratório (que vão de infecções agudas a doenças pulmonares crônicas)
- Doenças infecciosas e parasitárias (categoria que engloba a Covid-19)
- Transtornos mentais e comportamentais (que têm como exemplos típicos os transtornos de humor e aqueles relacionados ao estresse)
Cabe ressaltar que o contexto pandêmico influenciou nos números obtidos. Isso provavelmente explica a presença do CID relativo às doenças infecciosas na lista. Além disso, é difícil dimensionar como as implicações da pandemia afetaram a saúde mental dos colaboradores.
Entretanto, não é arriscado supor que isso tenha se refletido num maior número de quadros de períodos longe do trabalho devido ao adoecimento psíquico. Em outro levantamento, também da Mercer Marsh, 81% dos entrevistados ouvidos relataram se sentir em risco de desenvolver burnout, condição associada ao trabalho desencadeada pela exaustão e a sobrecarga.
Como melhorar os indicadores de afastamento do trabalho por doença?
O relatório traz outros dados que merecem atenção das empresas. Como exemplos disso estão aqueles que apontam que 29% das empresas não sabem quais são as principais causas de ausência dos colaboradores afastados e 49% não têm um plano de ação para evitar esses afastamentos.
Dessa forma, é urgente resolver tal gargalo. Se o prejuízo (financeiro e humano) por si não fosse não suficiente, tal negligência contradiz boas normas de gestão, ainda mais quando levamos em conta a adoção de práticas ESG. Dessa maneira, o próprio levantamento feito pela Mercer Marsh aponta alguns pontos que merecem atenção.
Ampliação da preocupação com a saúde mental
Dos nove segmentos analisados, dois deles tinham como principal causa de afastamento problemas de saúde mental. Parte desse aumento pode estar relacionado justamente à pandemia e suas consequências, conforme já mencionado. Entretanto, não é esperado que isso mude muito mesmo com a volta progressiva a essa nova normalidade do pós-pandemia.
Assim, é indispensável que as empresas reforcem ações de prevenção a esse tipo de problema de saúde. Entre medidas simples, mas efetivas estão a manutenção de um clima organizacional saudável, a distribuição adequada da carga de trabalho e o suporte adequado a quem, porventura, adoeça.
Leia também: Qual a importância do sentimento de pertencimento para o bem-estar e de que forma ele pode ser promovido?
Monitoramento de indicadores
Na hora de acompanhar os indicadores de afastamento, até mesmo dados básicos são deixados de lado. Dessa forma, muitas empresas não conseguem sequer agrupar as principais causas de afastamento, justamente pela falta de gerenciamento dos atestados. Com o intuito de minimizar tal deficiência, soluções tecnológicas integradas são a saída recomendada, embora tal adoção possa representar um desafio por si só.
Uso da tecnologia
Por falar em tecnologia, diversas ferramentas podem contribuir para a gestão dos colaboradores afastados. Por meio delas, diferentes setores de uma empresa podem otimizar processos e facilitar o acompanhamento de dados relevantes relativos à saúde ocupacional. Nesse sentido, a preocupação com questões envolvendo a segurança de dados também deve ser priorizada. O respeito ao que determina a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é indispensável, por exemplo.
Independente das soluções adotadas, elas devem sempre se guiar por um olhar transversal a respeito da saúde e da qualidade de vida. De tal forma, é possível reduzir o afastamento do trabalho por doença mitigando as principais causas. Como resultado, isso tende a ampliar o bem-estar de todos, bem como os resultados do negócio, no curto, no médio e no longo prazo.
O clima organizacional tem impacto direto no bem-estar no trabalho. Então veja o que pode ser feito para aprimorá-lo.
>REFERÊNCIAS:
Pesquisa de saúde ocupacional 2022