
O amor também é qualidade de vida
12 de junho de 2025Não é novidade que a felicidade no trabalho é uma preocupação de todas as empresas comprometidas com o bem-estar de seus colaboradores. Nesse contexto, diversas organizações vêm passando a contar com um novo cargo: o chief happiness officer.
Mas, afinal, o que o tal “diretor da felicidade” (em tradução livre) pode fazer em prol da qualidade de vida dos colaboradores? Será uma inovação que faz sentido em todo negócio? Essas e outras respostas estão ao longo deste conteúdo.
Entenda quais são os objetivos de um chief happiness officer
Em certa medida, esse cargo surge como resposta a uma demanda crescente por ambientes de trabalho mais humanizados e saudáveis, algo que cresceu durante a pandemia da Covid-19.
Na prática, o chief happiness officer tem como principal missão criar estratégias que promovam o bem-estar integral dos colaboradores, indo muito além das adotadas pelos recursos humanos tradicionalmente.
De forma resumida, acredita-se que a criação desse posto tenha acontecido no começo dos anos 2000. Em 2003, um empreendimento dinamarquês propôs uma metodologia e começou a conceder uma certificação específica voltada para quem quisesse se aprimorar no conceito de satisfação no trabalho.
A partir desse tipo de iniciativa, é esperado que funcionários se encontrem mais satisfeitos, engajados e, no fim, felizes, apresentando melhoras em indicadores que incluem:
- menor índice de turnover;
- aumento da produtividade;
- maior potencial de inovação e de qualidade nas entregas.
Em paralelo, o ocupante do cargo trabalha também na identificação precoce de problemas relacionados ao clima organizacional.
Adicionalmente, atua como uma ponte entre a liderança e os colaboradores, garantindo que questões que impactem a satisfação no trabalho sejam rapidamente detectadas e solucionadas.
Desse modo, ele trabalha na prevenção de agravos relacionados à saúde mental – algo que vem se tornando uma fonte de complicação cada vez maior em empresas de diversos segmentos.
De que modo esse profissional pode atuar no dia a dia de uma empresa
É natural que aqueles que atuam nesse posto circulem por áreas correlatas aos recursos humanos, permitindo que as ações sejam propostas em conjunto.
No geral, o chief happiness officer desenvolve e implementa programas de bem-estar que podem incluir desde atividades de integração e workshops de desenvolvimento pessoal até a criação de espaços de descompressão dentro da empresa. Entre os mecanismos para identificar as melhores soluções estão:
- pesquisas para medir a felicidade entre indivíduos, equipes, departamentos e a empresa como um todo;
- implementação de programas e atividades que promovam o bem-estar;
- treinamento visando lideranças eficazes;
- trabalho individual e coletivo para criar estratégias capazes de promover um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
- abordagem de qualquer área da empresa onde a satisfação dos funcionários esteja abaixo do esperado.
Ademais, o profissional também atua na revisão de políticas internas, sugerindo mudanças que tornem o ambiente mais acolhedor.
Isso pode incluir a implementação de regimes flexíveis de trabalho, programas de feedback, iniciativas de diversidade e inclusão, além da criação de benefícios que realmente atendam às necessidades dos funcionários.
Leia também: Riscos psicossociais e como “EPIs para a mente” podem reduzir uma ameaça ao bem-estar nas empresas
Os desafios e as limitações para a presença de um chief happiness officer
Empreendimentos de grande porte como o Google, a Chilli Beans e a Heineken já contam com seus “diretores da felicidade” para colocar o bem-estar como parte da estratégia do negócio.
No entanto, a implementação deste cargo não está isenta de desafios. Um dos principais obstáculos é a resistência cultural, especialmente em organizações mais tradicionais, onde o foco exclusivo em resultados ainda predomina.
Outro desafio significativo é a mensuração de resultados. Diferentemente de outras áreas, os impactos do trabalho do chief happiness officer nem sempre são imediatamente quantificáveis, o que pode gerar questionamentos sobre sua efetividade. É necessário desenvolver métricas específicas que comprovem o valor agregado desta função.
Contudo, a questão do orçamento também representa uma limitação importante. Programas de bem-estar requerem investimento contínuo, e nem todas as empresas possuem recursos disponíveis para implementar iniciativas abrangentes. Isso pode resultar em ações superficiais que não geram o impacto desejado.
Existe ainda o risco de a função se tornar meramente cosmética, sem abordar questões estruturais que realmente impactam a satisfação no trabalho, como sobrecarga, falta de perspectiva de crescimento ou problemas de comunicação interna.
Seja como for, o cargo de chief happiness officer representa mais do que uma tendência passageira, se colocando como um reflexo de uma mudança fundamental na forma como se encara o trabalho. Em um mercado cada vez mais competitivo, empresas que investem genuinamente no bem-estar de seus colaboradores tendem a se destacar.
Continuando no mesmo assunto, entenda melhor como a felicidade precisa fazer parte da cultura organizacional das empresas.
Referências
Chief happiness officer: como a felicidade criou uma nova profissão
What does a Chief Happiness Officer actually do?
Conheça o CHO: a profissão ligada à felicidade dos funcionários
Conheça o CHO: a profissão ligada à felicidade dos funcionários
https://www.pontotel.com.br/cho-chief-happiness-officer
How Hiring a Chief Happiness Officer Can Save Your Business
https://www.business.com/articles/how-a-cho-can-save-your-business